terça-feira, 14 de novembro de 2006

Ilsinho, antes tarde!

Avisei sobre o Ilsinho, assim que chegou ao São Paulo, ainda pouco conhecido.

Agora, faltando 3 rodadas para o término do Brasileirão, o lateral do tricolor está cotado para levar o prêmio de revelação do campeonato - será difícil, em função da ampla concorrência: Lucas (Grêmio), Wágner (Cruzeiro), Bruno (Flamengo), Marcelo (Fluminense), entre outros, inclusive que já deixaram o futebol brasileiro, como Ângelo (Paraná) e Jônatas (Flamengo) -, e deverá levar o voto de muitos para a lateral-direita da seleção do campeonato.

Surpresa para muitos, não para quem acompanha o dia-a-dia no clube e, certamente, não para a diretoria que contratou o jovem atleta, então desvalorizado pela diretoria do Palmeiras. Ponto para os cartolas do Morumbi que perceberam o enorme potencial ofensivo que Ilsinho vem confirmando rodada após rodada.

Entretanto, apesar das boas atuações recentes, em que o jogador tem sido determinante para as vitórias do líder da série A, Ilsinho conquistou a titularidade por um acaso. Com as lesóes de Reasco e a mudança no sistema de jogo (3-5-2 para 4-4-2), o atleta passou a ser a única opção de Muricy Ramalho, treinador que relutou até escalar o jovem, alegando inexperiência e deficiência defensiva.

Seria possível que há 2 meses, Ilsinho não fosse este jogador decisivo a que estamos assistindo a cada partida? Personalidade não se compra. E nem se desenvolve em tão pocuo tempo. Faltou ousadia a Muricy Ramalho, que deveria ter escalado o jogador já na segunda partida das finais da Libertadores, uma vez que o Internacional de Abel Braga foi dominante no primeiro confronto, quando Muricy adotou o conservador esquema 3-5-2. Mesmo restando poucas alternativas para impedir a festa colorada, Muricy preferiu persistir no erro do 3-5-2, não apresentando surpresa alguma ao adversário e, como se isso não fosse o suficiente para o fracasso, ainda escalou o temérário Richarlyson no lugar de Josué (expulso no primeiro jogo).

O pior é que agora Muricy quer ser o pai da criança, tentando convencer a si próprio de que o jogador está se desenvolvendo mental e taticamente num ritmo alucinante, graças à sua faculdade de formar jovens talentos.