sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Rumo a Pequim.

Não sou muito afeito a jogos de vôlei, mas como fiquei alerta até às 6 da manhã no último dia 16 para ver Brasil e Rússia, final do mundial feminino no Japão, me dou o direito de comentar, sobretudo pelas besteiras que andei ouvindo.

Sem a pretensão de entrar no mérito tático do jogo, qualquer um pôde perceber o domínio brasileiro durante o jogo, pecando em alguns momentos pela inexperiência e pela ausência de um meio-de-rede mais competitivo. Walewska teve uma atuação apagada, deixando o jogo pelas pontas muito marcado pelo bloqueio - principal arma da equipe russa. E, mesmo com a forte marcaçao do bloqueio russo, Sheilla e Jaqueline fizeram ótima partida, sendo, ao lado da gigante russa Gamova, as melhores da final.

Sheilla, a maior pontuadora pelo lado brasileiro (22 pontos) teve a personalidade de chamar o jogo nos pontos decisivos; acabou errando em dois pontos importantes, no segundo set e no tie-break. É possível que a atleta tenha se afobado pela inexperiência, SIM, nestas duas jogadas específicas. NÃO é possível que se diga que o time brasileiro perdeu por não ser tão "frio" quanto o time russo. Quem desferiu tal comentário, baseou-se apenas no histórico das equipes russas, tradicionalmente muito concentradas, inabaláveis emocionalmente; não assistiu aos primeiros sets da partida, quando as russas demonstraram incrível fraqueza ao cometerem muitos erros de passe, pior fundamento desta seleção.

O que importa é que a seleção brasileira feminina parece estar caminhando no mesmo sentido da seleção masculina. Não que vá ter tamanha hegemonia, algo impensável nos tempos atuais, devido aos avanços físicos e à competitividade - o time de Bernardinho é realmente um fenômeno a ser estudado -, mas o time feminino é jovem e tem tudo para chegar como favorito nas próximas Olimpíadas.